sábado, 23 de março de 2013

Recebi uma tonelada de perguntas sobre como criei a história de Crepúsculo e como consegui publicá-la. Pode ser que eu acabe com minha página de FAQ, mas aqui está a história completa:
 A Redação: Sei exatamente a data em que comecei a escrever Crepúsculo, porque também foi o primeiro dia das aulas de natação de meus filhos. Então posso dizer sem dúvida nenhuma que tudo começou em 2 de junho de 2003. Até essa altura, eu não tinha escrito nada além de alguns capítulos (de outras histórias) que nunca levei adiante, e absolutamente nada desde o nascimento de meu primeiro filho, seis anos antes.
Eu acordei (naquele 2 de junho) de um sonho muito nítido. Em meu sonho, duas pessoas tinham uma conversa intensa numa campina no bosque. Uma das pessoas era uma menina comum. A outra era incrivelmente bonita, faiscava e era um vampiro. Eles discutiam as dificuldades inerentes aos fatos de que: A) eles estavam apaixonados um pelo outro; e B) o vampiro sentia-se particularmente atraído pelo cheiro do sangue da menina e tinha dificuldades para se conter e não matá-la imediatamente. (Para o que é essencialmente uma transcrição de meu sonho, veja por favor o Capítulo 13 do livro: "Confissões").
Embora eu tivesse milhões de coisas para fazer (isto é, preparar o café-da-manhã para as crianças famintas, vestir e trocar suas fraldas, encontrar os trajes de banho que ninguém jamais colocava no lugar certo etc.), continuei na cama, pensando no sonho. Fiquei tão intrigada com a história do casal sem nome que odiei a idéia de me esquecer daquilo; era o tipo de sonho que lhe dá vontade de ligar para uma amiga e encher a paciência dela com uma descrição detalhada. (Além disso, o vampiro era tão tremendamente bonito que eu não queria perder a imagem mental.) De má vontade, por fim me levantei e resolvi o que era imediato, depois adiei tudo o que podia e me sentei ao computador para escrever - algo que eu não fazia havia tanto tempo que me perguntei por que estava me dando aquele trabalho. Mas eu não queria perder o sonho, então digitei o máximo do que lembrava, chamando os personagens de "ele" e "ela".
Desse ponto em diante, não se passou um dia sem que eu não escrevesse alguma coisa. Nos dias ruins, só digitava uma ou duas páginas; nos dias bons, terminava um capítulo e, mais tarde, outros. Escrevia principalmente à noite, depois que as crianças estavam dormindo, para poder me concentrar por mais de cinco minutos sem ser interrompida. Comecei pela cena na campina e escrevi dali para o final. Depois voltei ao início e escrevi até que as peças se encaixassem. Cheguei ao "fio" que os unia no final de agosto, três meses depois.
 Levei algum tempo para batizar a dupla anônima. Para meu vampiro (por quem eu me apaixonei desde o primeiro dia) decidi usar um nome que antigamente era considerado romântico, mas tinha perdido popularidade havia décadas. O Sr. Rochester, de Charlotte Brönte, e o Sr. Ferrars, de Jane Austen, foram os personagens que me levaram a lhe dar o nome de Edward.Experimentei seu formato e descobri que combinava. Minha protagonista foi mais complicada. Nenhum nome que lhe dava parecia correto. Depois de passar muito tempo com ela, eu a amava como a uma filha e nenhum nome era bom.Por fim, inspirada por esse amor, dei-lhe o nome que estava poupando para minha filha, que nunca veio e era improvável que, aquela altura, aparecesse: Isabella. Ufa! Edward e Bella foram batizados. Para os demais personagens, fiz muita pesquisa em antigos registros de recenseamento, procurando por nomes populares na época em que eles nasceram. Algumas trivialidades: Rosalie originalmente era "Carol" e Jasper era, no começo, "Ronald".Gosto muito mais dos nomes novos, mas de vez em quando tenho um lapso e digito Carol ou Ron por acaso. Isso confunde as pessoas que lêem meus originais.

Em todo esse tempo, Bella e Edward eram, bem literalmente, vozes em minha cabeça. Eles simplesmente não calavam a boca. Eu ficava acordada até tarde, ao máximo que podia, tentando colocar no computador tudo que havia em minha mente e depois me arrastava, exausta, para a cama (meu bebê ainda não estava dormindo a noite toda) e acabava começando outra conversa em minha cabeça. Eu odiaria perder tudo por esquecimento, então me levantava e voltava ao computador. Por fim, levei uma caneta e um caderno para minha mesa de cabeceira para tomar notas, assim poderia dormir um pouco. Era sempre um desafio empolgante, de manhã, tentar decifrar os garranchos que tinha feito no escuro.

Durante o dia também não conseguia me afastar do computador. Quando estava presa nas aulas de natação, sob um sol de 46 graus em Phoenix, eu bolava a trama e voltava para casa com tanta coisa nova que não conseguia digitar com rapidez suficiente. Era nosso típico verão no Arizona, quente, ensolarado, quente, ensolarado e quente, mas, quando penso naquelas três meses, lembro-me da chuva e de coisas verdes e frias, como se eu realmente tivesse passado o verão na floresta de Olympic.
 Quando terminei o corpo do romance, comecei a escrever epílogos... muitos epílogos. Isso enfim me deu a dica de que eu não estava pronta para abandonar meus personagens, e comecei a escrever uma seqüência. Enquanto isso, continuei a editar Crepúsculo de uma forma totalmente obsessivo-compulsiva.

E foi assim as ou menos assim ao longo de seis meses, que Crepúsculo foi sonhado, escrito e aceito para publicação.
As coisas ainda estão uma loucura, com o contrato para o cinema e toda a atenção pré-publicação que Crepúsculo continua a receber. Embora de vez em quando eu fique impaciente, estou feliz porque tive os últimos dois anos para tentar me entender com essa situação. Estou muito ansiosa para finalmente ver Crepúsculo nas prateleiras, e também bastante assustada. No geral, foi um verdadeiro trabalho de amor, amor por Edward e Bella e por todos os outros amigos imaginários, e estou emocionada porque agora outras pessoas poderão conhecê-los.

[Reproduzido de StephenieMeyer.com]
Creditos:www.intrinseca.com.br

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